O que é o Divórcio?
O divórcio é o ato jurídico que formaliza o término de um casamento civil, permitindo que ambas as partes sigam suas vidas de forma independente e, se desejarem, possam contrair novas núpcias. No Brasil, o divórcio é um direito garantido pela Constituição Federal e regulamentado pelo Código Civil e pela Lei do Divórcio (Lei nº 11.441/2007).
Conceito Básico
O divórcio é diferente de outros institutos, como a separação de corpos ou a separação judicial. Enquanto esses tratam da interrupção da convivência ou da regulamentação de aspectos patrimoniais e pessoais sem dissolver o vínculo matrimonial, o divórcio é o único meio de extinguir formalmente o casamento.
Como Funciona o Divórcio no Brasil?
Desde a Emenda Constitucional nº 66/2010, o divórcio foi simplificado, eliminando a necessidade de uma separação prévia e o prazo de espera entre a separação e o divórcio. Assim, qualquer pessoa casada pode solicitar o divórcio a qualquer momento, independentemente do motivo.
O divórcio pode ocorrer de duas formas principais:
- Divórcio Consensual: Quando ambas as partes estão de acordo sobre os termos do divórcio, como a divisão de bens, guarda dos filhos e pensão alimentícia. Esse tipo de divórcio pode ser feito de maneira rápida, inclusive em cartório, se não houver filhos menores ou incapazes.
- Divórcio Litigioso: Quando não há consenso entre os cônjuges, o divórcio precisa ser decidido judicialmente. Isso ocorre, por exemplo, quando há disputas sobre guarda dos filhos, divisão de bens ou pensão.
Documentos Necessários para o Divórcio
Para dar início ao processo de divórcio, é preciso reunir alguns documentos básicos:
- Certidão de casamento;
- Documentos pessoais (RG, CPF);
- Comprovantes de bens adquiridos (imóveis, veículos, contas bancárias);
- Certidão de nascimento dos filhos (se houver);
- Outros documentos relacionados a bens ou direitos em disputa.
Impacto Jurídico e Social
O divórcio não só dissolve o vínculo matrimonial, como também define questões relacionadas ao patrimônio do casal, guarda dos filhos e possíveis responsabilidades financeiras, como pensão alimentícia. Além disso, ele reflete uma mudança importante na dinâmica familiar e patrimonial, sendo um momento significativo na vida das partes envolvidas.
Por Que é Importante Conhecer o Processo?
Entender como o divórcio funciona é fundamental para que as partes tomem decisões informadas e possam preservar seus direitos. Além disso, buscar a mediação ou a conciliação pode ajudar a tornar o processo mais rápido e menos desgastante emocionalmente.
Com a formalização do divórcio, ambos os cônjuges ganham a liberdade de recomeçar suas vidas, seja no aspecto pessoal, patrimonial ou familiar.
Tipos de Divórcio
- Divórcio Consensual – amigável, rápido, pode ser extrajudicial
O divórcio consensual ocorre quando ambas as partes estão de acordo sobre todos os termos do término do casamento, como:
- Divisão de bens;
- Guarda dos filhos;
- Pensão alimentícia, se for o caso.
Esse tipo de divórcio é geralmente mais rápido, menos custoso e pode ser feito de forma extrajudicial, em um cartório, desde que:
- Não existam filhos menores ou incapazes;
- O casal esteja de pleno acordo.
Vantagens: Menor desgaste emocional, economia de tempo e custos reduzidos.
Exemplo prático: Maria e João decidiram se divorciar amigavelmente e dividiram o patrimônio sem disputas. Como não têm filhos menores, puderam realizar o divórcio diretamente no cartório.
- Divórcio Litigioso – quando há disputa entre as partes
O divórcio litigioso ocorre quando não há consenso entre as partes, seja por desacordo sobre a divisão de bens, guarda dos filhos ou outros aspectos. Esse processo precisa ser resolvido na justiça, com a intervenção de um juiz para decidir as questões em disputa.
Principais características:
Geralmente, é mais demorado e pode gerar custos mais altos, devido a audiências, perícias e honorários advocatícios.
É indicado quando uma das partes não quer o divórcio ou quando há conflitos sobre o patrimônio ou a convivência com os filhos.
Exemplo prático: Ana e Carlos discordam sobre a guarda do filho e sobre quem ficará com o apartamento adquirido durante o casamento. Nesse caso, o juiz terá que decidir as questões litigiosas.
- Divórcio Extrajudicial – realizado em cartório, se não houver filhos menores ou incapazes.
O divórcio extrajudicial é realizado diretamente em cartório, sem necessidade de processo judicial. Ele é permitido em situações em que:
- O casal não tem filhos menores ou incapazes;
- Ambas as partes concordam com os termos do divórcio.
Para formalizar o divórcio extrajudicial, é necessário o acompanhamento de um advogado, que pode ser o mesmo para ambas as partes.
Vantagens: Processo rápido e simples, ideal para casais sem filhos dependentes.
Exemplo prático: Paulo e Cláudia se divorciaram após 10 anos de casamento. Sem filhos ou patrimônio significativo, resolveram tudo em um único dia no cartório.
- Divórcio Judicial – necessário em casos complexos ou com filhos menores/incapazes.
O divórcio judicial é obrigatório quando:
- Há filhos menores ou incapazes;
- O casal não consegue chegar a um acordo sobre as questões do divórcio;
- Existem questões patrimoniais ou financeiras complexas.
Esse tipo de divórcio pode ser consensual (quando há acordo entre as partes, mas exige homologação judicial) ou litigioso (quando há disputas).
Exemplo prático: Fernanda e Lucas têm dois filhos menores e discordam sobre a guarda compartilhada. Por isso, precisaram entrar com um processo de divórcio judicial para definir as responsabilidades de cada um.
Passo a Passo para se Divorciar: Um Guia Prático
Divorciar-se é um processo que, embora possa parecer complexo, torna-se mais acessível quando bem planejado. Abaixo, apresentamos um passo a passo baseado nos princípios legais brasileiros para orientar quem está considerando ou já decidiu se divorciar.
1. Decisão e Reflexão
Antes de iniciar o processo, é importante refletir sobre a decisão. Caso o casal esteja em dúvida ou queira tentar uma reconciliação, pode recorrer a aconselhamento ou mediação familiar. Quando a decisão é definitiva, inicia-se a preparação para o divórcio.
2. Escolha do Tipo de Divórcio
Identificar a modalidade que melhor se aplica à situação é fundamental:
- Divórcio Consensual: Quando há acordo sobre todos os termos. Pode ser realizado judicial ou extrajudicialmente.
- Divórcio Litigioso: Quando há disputas entre as partes, exigindo intervenção judicial.
3. Contratação de um Advogado
No Brasil, é obrigatório que as partes sejam representadas por um advogado, mesmo em divórcios consensuais. No caso de divórcios extrajudiciais, um único advogado pode representar ambos os cônjuges.
Dica: Escolha um advogado especializado em Direito de Família para garantir um processo mais ágil e com menos riscos de impasses legais.
4. Reunião de Documentos Necessários
Para dar início ao processo, será preciso reunir os seguintes documentos básicos:
- Certidão de casamento (atualizada, emitida nos últimos 90 dias);
- Documentos pessoais (RG, CPF);
- Comprovantes de bens adquiridos (escrituras, contratos, certidões de imóveis, documentos de veículos, etc.);
- Certidões de nascimento dos filhos, se houver;
- Comprovantes de dívidas, investimentos ou outros ativos financeiros que façam parte do patrimônio comum.
- Comprovante de residência ( contas de luz e água)
5. Abertura do Processo de Divórcio
- Divórcio Extrajudicial (Cartório): O casal pode comparecer ao cartório com um advogado para formalizar o divórcio, inclusive se tiverem filhos menores, deverá ser intimado o Ministério Público. . É rápido, simples e menos oneroso.
- Divórcio Judicial: Caso existam discordância sobre os termos do divórcio, o processo deve ser protocolado na Justiça.
No divórcio judicial, é aberta uma ação onde ambas as partes apresentarão seus argumentos e provas.
6. Negociação e Mediação (se necessário)
Nos casos judiciais, antes de uma decisão definitiva, pode ser marcada uma audiência de conciliação ou mediação. O objetivo é buscar um acordo amigável, evitando o prolongamento do processo.
Exemplo prático: Um casal em litígio pode utilizar a mediação para chegar a um consenso sobre a guarda dos filhos ou a divisão de bens.
7. Homologação do Divórcio
Após a análise do caso e eventual acordo ou decisão judicial, o divórcio é homologado.
- No caso de divórcio judicial, a homologação é feita pelo juiz.
- No divórcio extrajudicial, o cartório emite a certidão de divórcio.
8. Alteração de Documentos e Registro do Divórcio
Com o divórcio oficializado, é necessário atualizar registros civis, como:
- Certidão de casamento (com averbação do divórcio);
- Documentos pessoais, caso haja mudança de nome;
- Documentos relacionados a bens e imóveis.
Dicas Finais para um Processo Mais Tranquilo
- Planeje com antecedência: Ter todos os documentos organizados e um advogado confiável facilita o andamento do processo.
- Busque apoio emocional: Um divórcio pode ser desgastante, e contar com ajuda psicológica pode fazer diferença.
- Priorize o diálogo: Sempre que possível, tente chegar a um consenso para evitar desgastes judiciais desnecessários.
Custos e Divisão de Bens no Divórcio
O divórcio não é apenas um processo emocionalmente desafiador, mas também envolve custos e questões patrimoniais que precisam ser resolvidas. Entender os valores envolvidos e as regras para divisão de bens é essencial para evitar surpresas e garantir que o processo seja justo para ambas as partes.
1. Custos do Divórcio
Os custos do divórcio podem variar dependendo do tipo de processo (extrajudicial ou judicial) e da complexidade das questões envolvidas, como disputa de bens e guarda de filhos.
Principais custos a serem considerados:
- Honorários Advocatícios:
- No divórcio consensual extrajudicial, os honorários costumam ser menores, uma vez que o processo é mais simples.
- No divórcio litigioso judicial, os honorários podem ser mais altos devido à necessidade de audiências, negociações e maior duração do processo.
- Os valores variam de acordo com o advogado e a tabela da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em cada estado.
- Taxas de Cartório (para divórcios extrajudiciais):
- Incluem custos para lavrar a escritura pública de divórcio e emitir documentos, como a certidão de divórcio.
- Os valores variam conforme o Estado, mas, em geral é observada a tabela da OAB..
- Custas Processuais (para divórcios judiciais):
- Incluem taxas para abertura do processo, emissão de certidões e eventuais perícias (por exemplo, avaliação de bens).
- Em alguns casos, é possível solicitar a gratuidade de justiça para isenção de custos, desde que comprovada a incapacidade financeira.
- Outros Custos:
- Avaliação de bens (imóveis, veículos, investimentos);
- Mudanças de titularidade em registros de propriedade.
2. Regras Sobre Regimes de Bens no Divórcio
O regime de bens escolhido no casamento determina como será feita a divisão do patrimônio em caso de divórcio.
Principais regimes de bens no Brasil:
- Comunhão Parcial de Bens (Regime padrão, salvo pacto antenupcial):
- Apenas os bens adquiridos durante o casamento são divididos igualmente entre as partes, independentemente de quem os adquiriu.
- Bens adquiridos antes do casamento e heranças ou doações recebidas por um dos cônjuges não entram na divisão.
Exemplo prático: João e Maria compraram um apartamento durante o casamento. Na divisão, o imóvel será compartilhado, mas o carro que João possuía antes do casamento permanecerá com ele.
- Comunhão Universal de Bens:
- Todos os bens, adquiridos antes ou durante o casamento, são divididos igualmente entre as partes, salvo os bens considerados incomunicáveis por lei (como heranças com cláusula de incomunicabilidade).
Exemplo prático: Marcos e Ana se casaram em comunhão universal. Tanto o terreno que Marcos possuía antes do casamento quanto o carro comprado por Ana durante o matrimônio serão divididos igualmente.
- Separação Total de Bens:
- Cada cônjuge mantém exclusivamente o que adquiriu antes ou durante o casamento. Não há divisão de patrimônio em caso de divórcio, salvo se comprovada a formação de uma sociedade de fato (participação financeira ou trabalho no negócio ou aquisição do outro).
Exemplo prático: Clara e Paulo optaram pela separação total. No divórcio, Clara fica com os bens que adquiriu sozinha e Paulo com os dele.
- Regime de Participação Final nos Aquestos:
- Cada cônjuge mantém os bens adquiridos individualmente durante o casamento, mas, no momento do divórcio, os bens adquiridos com esforço comum são divididos igualmente.
3. Dicas para a Divisão de Bens
- Inventário Patrimonial: Faça uma lista detalhada dos bens adquiridos antes e durante o casamento. Inclua imóveis, veículos, investimentos e outros ativos.
- Negociação Amigável: Sempre que possível, tente chegar a um acordo consensual para evitar disputas judiciais prolongadas.
- Documentação Atualizada: Certifique-se de que todos os bens estejam registrados corretamente, incluindo imóveis e veículos.
Conclusão
Os custos do divórcio e a divisão de bens variam conforme o tipo de processo e o regime de bens escolhido no casamento. Planejar com antecedência e contar com a orientação de um advogado especializado pode facilitar o processo, garantindo que os direitos de ambas as partes sejam respeitados.
Guarda dos Filhos e Pensão Alimentícia
Quando um casal com filhos menores se divorcia, questões relacionadas à guarda dos filhos e à pensão alimentícia são fundamentais para garantir o bem-estar das crianças. Abaixo, explicamos os principais conceitos e como as decisões são tomadas nesses casos.
1. Guarda dos Filhos
A guarda dos filhos refere-se à responsabilidade legal e ao cuidado com a criação e educação das crianças após o divórcio. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Civil determinam que o interesse superior da criança deve prevalecer.
Tipos de Guarda:
a) Guarda Compartilhada
- É o modelo preferencial no Brasil, conforme a Lei nº 13.058/2014.
- Ambos os pais compartilham a responsabilidade e a tomada de decisões sobre a vida dos filhos.
- A criança pode ter um lar de referência, mas a convivência com ambos os pais é incentivada, respeitando as necessidades e rotinas da criança.
Vantagens:
- Promove o envolvimento de ambos os pais na vida do filho.
- Reduz conflitos e sentimentos de exclusão.
Exemplo prático: Mariana e João têm guarda compartilhada do filho Pedro. Apesar de ele morar com a mãe, o pai participa ativamente das decisões escolares e médicas.
b) Guarda Unilateral
- É atribuída a apenas um dos pais quando o outro é considerado incapaz de cuidar da criança ou não demonstra interesse.
- O responsável pela guarda toma as decisões principais, enquanto o outro tem o direito de visita e a obrigação de contribuir financeiramente.
Exemplo prático: Luísa ficou com a guarda unilateral do filho Lucas, pois o pai se mudou para outro país e não mantém contato frequente.
2. Pensão Alimentícia
A pensão alimentícia é um valor pago para garantir o sustento, educação, saúde e lazer dos filhos menores, sendo obrigação dos pais, independentemente de quem detém a guarda.
Como é Calculada a Pensão Alimentícia?
A definição do valor segue o princípio da proporcionalidade, considerando:
- Necessidade da criança: Custos com moradia, alimentação, educação, saúde e lazer.
- Capacidade financeira do responsável: O valor é ajustado à renda do genitor que fará o pagamento, de modo que não comprometa seu sustento.
- Possibilidades dos pais: Ambos os pais contribuem, mas aquele que não detém a guarda física geralmente realiza o pagamento direto.
O cálculo não tem um percentual fixo por lei, mas na prática, os tribunais costumam fixar valores em torno de 20% a 30% da renda líquida do responsável pagador, dependendo das circunstâncias.
3. Revisão e Cumprimento
Revisão da Guarda e Pensão:
- Tanto a guarda quanto a pensão alimentícia podem ser revisadas a qualquer momento, caso haja mudança nas circunstâncias de vida das partes, como alteração na renda ou no bem-estar da criança.
Consequências do Não Pagamento:
- O não pagamento da pensão alimentícia pode levar à inclusão do devedor em cadastros de inadimplentes, penhora de bens e até prisão civil, conforme o artigo 528 do Código de Processo Civil.
4. Considerações Importantes
- A guarda compartilhada não isenta o genitor sem residência fixa com o filho de pagar pensão alimentícia.
- O diálogo e a mediação são sempre recomendados para resolver conflitos, priorizando o bem-estar da criança.
- Caso o casal não consiga chegar a um acordo, as decisões sobre guarda e pensão serão tomadas judicialmente, com base em relatórios de assistentes sociais e avaliação do juiz.
Conclusão
Tanto a guarda quanto a pensão alimentícia são estabelecidas com o objetivo de proteger os interesses das crianças, garantindo que elas tenham acesso a tudo o que precisam para um desenvolvimento saudável. Entender como esses aspectos funcionam é fundamental para que os pais possam cumprir suas responsabilidades de forma consciente e harmoniosa.
Divórcio Internacional
Quando um ou ambos os cônjuges possuem residência fora do Brasil ou o casamento foi realizado em outro país, o divórcio internacional pode envolver desafios adicionais. Entender as regras e procedimentos aplicáveis em cada situação é essencial para garantir que o processo ocorra de forma legal e reconhecida em todos os países envolvidos.
1. Divórcio de Casais com Residência no Exterior
Se o casal reside fora do Brasil, mas deseja se divorciar, há duas opções principais:
a) Divórcio no País de Residência
- O divórcio pode ser solicitado no país onde o casal reside.
- É necessário observar as leis locais de divórcio, que podem diferir significativamente das brasileiras, especialmente em relação à divisão de bens e guarda de filhos.
- Após o divórcio no exterior, é preciso realizar a homologação do divórcio estrangeiro no Brasil junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que ele tenha validade no território brasileiro.
b) Divórcio no Brasil
- Mesmo residindo no exterior, os brasileiros podem solicitar o divórcio no Brasil, desde que possuam um endereço fixo no país para receber intimações ou nomeiem um procurador (advogado).
- Esse processo pode ser mais demorado devido à necessidade de tramitação internacional, mas garante que a divisão de bens e outros aspectos respeitem as leis brasileiras.
2. Divórcio de Casais com Casamento Realizado no Exterior
Quando o casamento foi realizado fora do Brasil, ele deve ser registrado em um cartório brasileiro para ter validade no país. Esse registro é necessário também para dar entrada no divórcio.
Passos para o Registro do Casamento e Divórcio:
- Registrar o casamento estrangeiro em uma repartição consular brasileira no país onde foi realizado.
- Transcrever o registro no cartório de registro civil no Brasil.
- Caso o divórcio já tenha ocorrido no exterior, solicitar a homologação no STJ para que o Brasil reconheça oficialmente o término da união.
3. Aspectos Legais Específicos do Divórcio Internacional
- Divisão de Bens
- A divisão será feita com base no regime de bens escolhido no casamento, respeitando as leis aplicáveis do país onde o divórcio é processado.
- No caso de bens localizados no Brasil, será necessária uma análise jurídica para verificar se a divisão internacional é compatível com as regras brasileiras.
- Guarda de Filhos e Pensão Alimentícia
- Questões envolvendo menores são regidas pela Convenção de Haia e outras legislações internacionais para garantir a proteção da criança, especialmente em casos de deslocamento entre países.
- A execução de pensão alimentícia pode exigir colaboração entre os sistemas judiciários dos países envolvidos.
- Implicações Tributárias
- Em caso de partilha de bens, é importante verificar as implicações tributárias em ambos os países, como imposto sobre transferência de imóveis ou ganhos de capital.
4. Como Proceder em Casos de Divórcio Internacional
- Contratar um advogado especializado: É fundamental contar com um profissional que entenda tanto do Direito de Família brasileiro quanto das leis do país estrangeiro.
- Documentação Completa: Certidões de casamento, registro de bens e outros documentos devem estar traduzidos oficialmente e apostilados conforme a Convenção de Haia.
- Mediar Conflitos: Em casos de disputas, a mediação pode ser uma ferramenta útil, mesmo no contexto internacional, para evitar longos processos judiciais.
5. Homologação de Divórcio Estrangeiro no Brasil
Para que o divórcio realizado fora do Brasil tenha validade aqui, é necessário:
- Apresentar a sentença estrangeira ao STJ;
- Providenciar a tradução juramentada da sentença e demais documentos;
- Contratar um advogado para conduzir o processo de homologação.
Conclusão
O divórcio internacional exige planejamento, conhecimento das legislações aplicáveis e suporte jurídico adequado. Garantir que todos os aspectos legais sejam cumpridos é essencial para evitar conflitos futuros e garantir que o divórcio seja reconhecido em todos os países envolvidos.